COTAS RACIAIS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS - O debate que não houve
Acabo de sair da Audiência Pública que pretendeu “debater” as Cotas para Afrodescendentes nas universidades públicas. O evento se realizou na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
Alguém já havia se perguntado que raios de debate este que só tem um lado. Foi o caso. Eu, branco, pai de filha mestiça, que tenho convicção formada contra as cotas raciais, fui lá e relato:
1. Durante toda a audiência estiveram presentes apenas seis deputados (Pedro Wilson, Luiz Couto, Chico Alencar, Janete Capiberibe, Veloso e Lucenira Pimentel). Sem sequer ouvirem o que diriam os palestrantes, aos poucos foram se ausentando. Ao cabo restou apenas o deputado Veloso. O autor do pedido, Deputado Luiz Couto, não abriu a boca e foi tratar de algo mais importante.
2. Em primeiro lugar falou a Coordenadora do Movimento Negro Unificado - MNU, jornalista Jacira da Silva, que maltratando as regras mais comezinhas do português falou com evidente sentimento de rancor. Suas frases foram curtas, cortantes, seu tom foi agressivo, músculos faciais crispados. Tudo isso não evitou que dissesse bobagens do tipo “Cota é pouco. Queremos indenização”. Provavelmente se referia ao projeto que tramita no Senado transferindo não sei de onde para não sei quantos que se digam afrodescendentes algo como R$ 16.000.000.000.000.000,00.
3. Em segundo lugar falou a representante do Centro de Convivência Negra e Especial da Universidade de Brasília. Professora Deborah Santos. Esta não maltratou o português, mas voou alto no advinhatório quando disse que “Os futuros médicos negros farão concurso público e prestarão serviço à comunidade, enquanto os médicos brancos abrem consultórios”. Certamente acha que os afrodescendentes têm vocação para o serviço social e que ganahr dinheiro é coisa de branco.
4. Em terceiro lugar falou o pesquisador do IPEA, Mário Theodoro que abusou da ironia ao repetir várias vezes que as cotas vão colorir a “elite pálida” do Brasil. Mesmo ele não deixou de dar um pontapé na lógica ao afirmar que os PhD’s (ironicamente chamou de PhDeuses) brasileiros formados no exterior entram em um sistema positivo de cotas abertas nas Universidades Americanas para países menos desenvolvidos. Faltou explicar se na hora da inscrição tem cota para afrodescendentes. Enfim, justificou uma coisa pela outra sem que tenham a relação necessária. Vai mal o IPEA.
5. Por último falou o membro do Conselho de Defesa dos Direitos do Negro da Secretaria de Justiça do DF, e também professor da UnB, Nelson Inocêncio. Este defende que “as cotas não criam acirramento nas tensões entre brancos e negros, apenas as revelam”. Mais à frente espezinhou a ciência genética ao dizer que o fato de raças não existirem não tem a menor importância. Para isto se amparou numa frase de efeito do cantor Seu Jorge. Ou seja, desconsidera um pressuposto da política racial que é a existência de raças. De passagem deu cotoveladas no livro “Uma gota de sangue” e acusou a “virulência” dos que são contra a política de cotas.
Este é o resumo do debate que não houve. Ao fim, para variar todos se aplaudiram, assim como aprovaram que um dos palestrantes chamasse o partido Democratas de “demo” em evidente associação ao demônio, apenas por ser autor de uma ADIN contra as políticas de cotas. Pelo visto, os humanistas racialistas são contra que se vá à Justiça em busca de justiça.
Fico mais tranqüilo depois desta audiência. Se sozinhos na Câmara Federal o máximo que os racialistas conseguem é isto, não vai passar.
Olá Valter assim como você sou terminantemente contra as cotas raciais, apesar de ser a favor das cotas para os alunos que vem do ensino público, não acho que exista menos possibilidade de se discutir essa loucura de criar cotas para pessoas só por causa de sua cor de pele, Eu sou do Rio de Janeiro e aqui já venho procurando algum candidato Estadual e Federal que se mostre contra esse absurdo de cotas raciais
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