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Mostrando postagens de novembro, 2010

Fichas sujas fora do governo. Em Minas.

Não é só o deputado estadual Tchê, do Acre, que quer apenas fichas limpas no secretariado. Em Minas Gerais o governador eleito Anastasia resolveu ele mesmo abraçar a lei em suas nomeações para o secretariado e avisou aos aliados. Só aceita a companhia de fichas limpas. Esta moda vai pegar. Espero.

A segurança alimentar do acreano em xeque.

Mais uma vez os números são duros com o Acre. A segurança alimentar do acreano ainda é um alvo distante. Se mais de 50% da população não tem garantia de alimentação adequada, aproveite-se a informação para refazer o planejamento e execução das políticas públicas. A informação também serve, é obvio, para reforçar o discurso da oposição. Creio que é possível enfrentá-lo com ações determinadas e consequentes de promoção do setor rural. Continuar na perspectiva de que da floresta transbordarão efeitos econômicos capazes e suficientes para garantir a renda necessária à aquisição de alimentos já se demonstrou equivocado. Ao invés de aprofundar o erro, insistindo em ações de baixo impacto na economia, deve-se concentrar esforços em um programa vigoroso de exploração agrícola das áreas já desflorestadas. A fruticultura tropical pode ser a base deste processo.

Projeta-se uma nova extensão rural.

Em outra viagem de trabalho para aprender um pouco mais sobre agricultura familiar e extensão rural estive esta semana no Paraná. De leste a oeste, de Curitiba a Marechal Rondon, um exemplo adequado de combinação das principais variáveis do desenvolvimento. Não é demais dizer que estamos em um processo vigoroso de avanço da extensão rural no Brasil. Os principais desafios da agricultura - produzir mais, melhor e em menos área - convocam os extensionistas para uma nova interpretação do papel da agricultura familiar e obrigam o Estado a valorizá-los. O desafio de erradicar a pobreza proposto pela presidente eleita exige a promoção desta parcela da população brasileira a níveis de renda mais elevados e sustentáveis, o que implica acesso a tecnologias e formas de organização. Como implementar no campo as políticas relativas a este objetivo central sem a participação efetiva da extensão rural?

Tiririca vem ai. Talvez com menos letras e mais caráter que alguns que conheço de perto.

O texto abaixo é de Ezio Flavio Bazzo , um escritor e cronista que acompanho há tempos. Merece uma reflexão. Ezio Flavio Bazzo Não apenas o Tiririca é a cara falsificada do Brasil, mas também as leis e a justiça que quer impedi-lo de assumir seu cargo no Congresso Nacional. Que raciocínio é esse que possibilita e que até obriga analfabetos a votarem e a elegerem e que ao mesmo tempo os interdita de se candidatarem e de serem eleitos? E se uma pesquisa verdadeira demonstrasse que 70% (sendo otimista) de nossos eleitores têm o mesmo grau de escolaridade e de “substância”que o Tiririca? Pobreza mental da ameba residual que ainda trazemos ou aos tiriricas da vida ainda se resguarda apenas o status de bucha de canhão e de massa de manobra? Se o Tiririca (com seu analfabetismo) não tem “substância” para ser deputado, como é que a tem para ser eleitor, e mais ainda, um homem público de televisão, formador de opinião e com uma audiência diária e nacional muito maior que a de qualquer par

Meus cumprimentos ao Deputado Tchê.

Não conheço pessoalmente o Deputado Tchê, mas conheço o projeto ficha limpa. Perfeitamente adequada e oportuna a apresentação pelo deputado acreano de proposta estabelecendo as mesmas restrições para a ocupação de cargos no governo do Acre. Poderá, por isto, fazer história no Brasil a partir do exemplo que dará a outras assembléias legislativas. Algum deputado bem poderia fazer o mesmo na Câmara Federal. A lógica preside o argumento. Se não pode ser eleito deputado, senador, governador ou presidente, por que raios um ficha suja pode ser secretário de estado? Penso que o erro é limitar a restrição a determinados cargos. O certo seria universalizar o impedimento a todos os cargos de livre nomeação, mas isto pode ser resolvido na tramitação do projeto. Já é um absurdo que o preenchimento dos cargos de confiança não observe o mérito, servindo muitas vezes de acolhimento de correligionários, a nepotismo e compadrios. Com o projeto do deputado acreano fica estabelecido, pelo menos em tes

Um ano depois da COP 15 e do Climategate.

Na próxima semana se realizará em Cancún, no México, a COP 16 que é 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Com muito menos estardalhaço que a COP 15 do ano passado em Copenhagen, políticos e cientistas de todo o mundo tentarão decidir o futuro da humanidade. Eles são "os caras". No ano passado a reunião foi perturbada pelo escândalo conhecido como Climategate que revelou algumas impropriedades éticas de cientistas engajados na tese alarmista AGA - aquecimento global antropogênico. Tais distorções tiveram da imprensa um tratamento compreensivo, na base de "o fim justifica os meios", mas na verdade causaram um rombo significativo na teoria. Hoje, um ano depois, sabe-se mais daquele escândalo e de suas consequências na credibilidade da tese AGA. Recentemente a Royal Society de Londres, principal instituição científica da Grã-Bretanha flexibilizou a sua posição sobre o aquecimento global causado pelo homem. Em um documento publicado após uma re

Para salvar as florestas, o REDD.

Em  artigo publicado ai do lado no link Outras Palavras, Henrique Rattner, professor da FEA (USP) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), mesmo pagando tributo ao alarmismo em relação ao aquecimento global, desenvolve com inteligência e simplicidade o tema REDD – redução de emissões por desmatamento e degradação. Abaixo um trecho do artigo. "A segunda grande ameaça vem dos seres humanos. Estima-se que a população mundial cresça em 50% nas próximas quatro décadas, chegando a nove bilhões. Três milhões de famintos viverão nos países pobres, particularmente nos trópicos. A população do Congo, atualmente 70 milhões, irá dobrar neste período, elevando na mesma proporção a demanda por mais alimentos. Devido à baixa produtividade agrícola, aumentará a pressão por mais terras cultiváveis. Mas o maior risco de desmatamento nos trópicos é consequência da expansão da agricultura e da pecuária, impulsionada pela demanda global por alimentos, fibras e biocombustível. O crescimento

O mundo não acaba aqui.

Um pequeno lembrete a um delinquente moral: Como disse o poeta Augusto dos Anjos em "Versos íntimos", o beijo, amigo, é a véspera do escarro, a mão que afaga é a mesma que apedreja. Sorte que existe a Lei de Causa e Efeito que prefiro observar do ponto de vista espiritual. À toda ação moral correpondem efeitos morais semelhantes que retornam ao agente inicial. O melhor é que diferentemente da física, no campo das relações humanas e espirituais a reação nem precisa vir daquele que foi alvo da ação. Depois de realizada todo o cosmos conspira pelo retorno. Ainda não é o fim.

Prêmio merecido ao RECA

Não costumo dar a mínima atenção às premiações recebidas por ONG's e personalidades, especialmente na área ambiental. Quase sempre são convescotes onde se premiam uns aos outros para turbinar carreiras e projetar interesses. O caso do Sergio Lopes tendo em referência o Projeto RECA foge a esta regra. O RECA é uma excelente experiência e o Sergio certamente merece as homenagens que receberá do MMA. É mesmo de estranhar que o projeto não tenha sido replicado em outras regiões do Acre e da Amazônia. Está ali, a meu ver, uma das sementes mais férteis da viabilização de espaços economicamente deprimidos e ambientalmente ameaçados. Com adaptações a produtos, agricultores, infra-estrutura, mercado e aptidões específicas, muito provavelmente alargaria as possibilidades de promoção do desenvolvimento rural. Muitos RECA's articulados poderiam promover a escala de produção necessária à conquista de mercados, gerando renda e emprego diretamente na atividade agrícola e em outros setores

Saindo de uma e entrando em outra. É o Brasil.

Nem começou o governo eleito em 2010 e as especulações para as eleições de 2012 já começaram. No Acre o pessoal está bem assanhado. Na oposição, pelo menos 4 candidatos já se posicionam. Marcio Bittar, ainda sem pisar no chão, começa a arquitetar um modo de golpear o Tião Bocalom no ninho dos tucanos. Penso que Marcio não será candidato. Se for, não será eleito. Tião Bocalom pensa em reeditar a campanha deste ano. Tem todas as chances de ser candidato e melhores ainda de estabelecer acordos. Se der mais consistencia ao próprio discurso e apresentar um projeto para a cidade, será competitivo. João Correia saiu bem dessas eleições. Não havendo acordo com outros partidos o PMDB pode lançá-lo isoladamente e aguardar o resultado, afinal um segundo turno é bem provável. Luiz Calixto certamente se apresentará. Não creio que queira ser vice de quem quer que seja. Seu estilo duríssimo lhe garante certo espaço. Entre os governistas há muito silêncio e incertezas. A dotação de emendas p

Não se abandona um companheiro ferido na estrada.

Com a frase acima, o engenheiro conhecido como Paulo Preto, diretor de grandes projetos do governo de São Paulo, ex-assessor, arrecadador de campanha e outras coisas mais do candidato José Serra, deu em entrevista à imprensa um recado duro ao candidato. Sentiu-se abandonado quando em meio ao bombardeio da campanha o seu "amigo" esqueceu até que o conhecia. Este foi talvez o golpe mais duro na campanha do tucano que até então vinha atacando a Dilma do ponto de vista ético aproveitando as estrepolias da Erenice e dos diretores dos Correios. Estava ameaçado o discurso de honestidade do candidato. Não quero discutir o mérito das relações entre o Paulo Preto e José Serra. Não as conheço. Quero me referir à condição de companheiro largado e esquecido. Quando José Serra respondeu a um repórter "Não conheço Paulo Preto", além do temor das consequências de uma possivel apuração das relações entre os dois, demosntrou ingratidão e covardia. Não encarou os fatos, não assumiu

Lá e cá, acertos e desacertos.

Em viagem de trabalho, aprendendo um pouco mais sobre a extensão rural e a agricultura familiar. Quanto mais eu vejo mais me convenço da grande diferença entre o discurso e a realidade. Não fosse o bolsa-familia e as aposentadorias de nossos velhinhos... O que leio na imprensa nacional me diz que nunca antes na historia deste pais uma eleição teve ressaca tão grande. Dentro do governo e fora dele. Vitoriosos não acertam o passo para governar e derrotados não se acertam para fazer oposição. No Acre a expectativa em relação a 2012 já está fazendo falar quem deveria calar. Alguns se apressam para tomar lugar no volante do busão da oposição, outros gritam hoje para no futuro negociar e conquistar um lugarzinho na janela, os mais experientes esperam o resultado da luta fraticida. O governador eleito parece primeiramente preocupado em delinear uma agenda de desenvolvimento para só em seguida preencher as desejadas caixinhas do organograma. Isso é bom. Alguns sinais indicam que certos l

Como disse Rui Barbosa concluindo poema de Cleide Canton.

Publico o vídeo abaixo movido especialmente por notícias e impressões recentes.

Entrelinhas

É uma M... mas é a MINHA M... Não me peçam para dizer mais nada. Alguém reconhece o lead implícito?

Ainda o voto do nordestino pobre e analfabeto.

Em artigo publicado ai do lado no site  OUTRAS PALAVRAS a extraordinária economista, socióloga e atual professora do Departamento de Economia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Tânia Bacelar de Araújo , com quem, aliás, tive a honra de trabalhar na elaboração do PAS - Plano Amazônia Sustentável em 2003, faz um esforço bem sucedido par explicar a expressiva maioria obtida por dona Dilma no Nordeste. Segundo ela "Não é o voto da submissão – como antes – da desinformação, ou da ignorância. É o voto da auto-confiança recuperada, do reconhecimento do correto direcionamento de políticas estratégicas e da esperança na consolidação de avanços alcançados – alguns ainda incipientes e outros insuficientes. É o voto na aposta de que o Nordeste não é só miséria (e, portanto, “Bolsa Família”), mas uma região plena de potencialidades." Um de seus argumentos é de que o emprego formal cresceu no Nordeste a uma taxa de 5,9% contra uma taxa nacional de 5,4%. Não creio que esta dif

Yo acuso al gobierno cubano - Joan Antoni Guerrero

Em carta aberta, o dissidente cubano Joan Antonio Guerrero acusa a ditadura castrista de descumprir o compromisso de libertar presos politicos, especialmente aqueles que não querem ser expatriados. 7 de Noviembre del 2010 Este 7 de noviembre se vence el plazo que el régimen cubano había dado para conceder la libertad a 52 presos políticos, de una lista de presos políticos que supera el centenar. Hemos llegado al fin de este plazo y la única conclusión clara es la siguiente: se han producido destierros masivos de opositores y sus familiares al extranjero, pero no se ha hecho ninguna liberación efectiva en Cuba. Permanecen presos políticos de la Primavera Negra en la cárcel, cuyos nombres habían salido en los listados iniciales. Los presos políticos que aun permanecen encarcelados son, paradójicamente, quienes han rechazado salir del país. "Paradójicamente", pues estas deberían ser las excarcelaciones más fáciles de llevar a cabo, en cuanto los injustamente encarcelados

Nem "O Globo" escapa do diversionismo de nossos analistas.

No jornal O Globo de hoje, em matéria com o título  Derrota de Dilma indica fim do dominio do PT no estado , acreanos, petistas no meio, anunciam a queda do vianismo e a derrota da FPA em novos embates. Com mais ou menos razão tenta-se explicar os resultados das eleições e assinalar algumas perspectivas. A parte inusitada fica por conta da acusação que faz o jornalista Antonio Alves de que os sucessivos governos da FPA escolheram controlar a imprensa. "No Acre não existe imprensa, existe assessoria de imprensa. Quem ganha o governo leva a imprensa de contrapeso. A tentação de dominar os meios de comunicação parece irresistível." Demorou pra notar, hein? Já o deputado eleito, Sibá Machado, prefere ver na derrota da Dilma uma questão de antipatia "As pessoas simplesmente não gostaram dela e pronto. Não tem explicação." De tão simplista, a opinião nem parece refletida. Se de fato está selado o fim do petismo-vianismo no Acre como sugerem os entrevistados, o qu

No governo, continuar é recomeçar. Sempre.

Um dos problemas da transição entre governos de continuidade é o açúcar que os de agora lançam sobre os dados do presente para adoçar a boca dos donos do futuro. Uns na tentativa de serem reconduzidos à sua parte no latifúndio do governo, outros para minimizarem o próprio fracasso.Quem entrega sua pasta sempre dirá que fez o máximo e que entre o antes e o depois a diferença é extraordinária. O nunca antes neste país (ou estado) virou vício de linguagem. Quando juntar todas as partes e resultados dos últimos quatro anos o novo dono do pedaço deve se perguntar por quê não teve a unanimidade dos votos de tão boa que a coisa está. Até se compreende que queira jogar a culpa no eleitorado, este ingrato. A tendência de quem apresenta os relatórios de gestão é sempre superfaturar os resultados, os indicadores e as estimativas, fazendo com que o novo governante acredite que seu trabalho será tocar adiante o que já está em andamento com insuperável sucesso, ainda que na realidade signifique o

Um abacaxi daqueles de Tarauacá (que dona Dilma ainda não conhece)

Interessante ler o artigo do jornalista Hélio Fernandes AQUI . O velho jornalista, com 90 anos de idade e mais lucidez que muitos boys da grande imprensa identifica com precisão um nó górdio do próximo governo. Um trecho vai abaixo: "Dias antes do segundo turno e da ratificação do nome de Dona Dilma, o secretário do Tesouro (corretíssimo) publicou no Diário Oficial e revelou em entrevista, os números das DÍVIDAS: a interna e a externa. Ninguém escreveu, elogiou, protestou, analisou ou debateu esses números. Parece que não têm importância, na verdade é a altura deles que impede o investimento, compromete nosso desenvolvimento, mantem o país enganado em 'berço esplêndido'."

Quando é obvio, tanto faz nos EUA como no Acre.

Bem longe do Acre, após as eleições parlamentares nos EUA, o senador democrata por Indiana, Evan Bayh, publicou um Artigo  muito interessante tratando do futuro do seu partido e, por consequência, do governo Obama. Se não soubesse antes, juraria que o autor é um membro lúcido da FPA.

O projeto. Sempre o projeto.

Recorto da coluna do Claudio Humberto: Aécio: PSDB precisa de 'projeto' "O senador eleito Aécio Neves (PSDB), disse nesta quinta (4) que, antes de ter um nome para concorrer à Presidência da República, em 2014, o PSDB precisa definir um "projeto" a ser apresentado ao eleitorado do país. A declaração foi dada em resposta ao presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra e também pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defendem que o PSDB antecipe para 2012 a escolha do seu candidato a presidente." No Acre, o governador eleito Tião Viana convoca o professor Rego para dar feição a uma versão renovada do projeto em curso, se reúne com colaboradores e pede contribuições. Segundo suas próprias palavras, aguarda nova idéias de politicas públicas. Estão certos os dois. O Aécio por saber que um dos problemas das oposições é a ausência de um projeto que marque claramente as diferenças entre o que pretendem e o que pretende o governo. Não dá pra ir

As cores dos mapas dentro dos mapas.

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Os resultados do segundo turno das eleições geraram um mapa eleitoral publicado em vários jornais que, aproveitado por jornalistas e blogueiros (eu no meio) deu margem a comparações com mapas (abaixo) de analfabetismo e de pobreza. A alta correlação entre estes mapas possibilita interpretações diversas. Cada um que se responsabilize pela sua. Trato aqui de duas e, ao final, opino. Interpretação 1. A blogueira Adriana Vandoni  recorrendo à tese de um amigo pesquisador cujo nome deixa de informar  explica que  "Quanto menos tempo de estudo, mais concreto é o pensar. Não existe o pensamento subjetivo, não existe o longo prazo. Apenas o imediato, o acordar, tomar café, sair, voltar, comer e dormir. Já a pessoa com mais tempo de estudo aprende a raciocinar de forma mais ampla e percebe a subjetividade dos fatos. Quanto menos estudo a pessoa tem, mais fisiológica é sua forma de pensar." Daí, conclui a blogueira que havendo correlação entre o eleitorado da Dilma e o analfab

A lição que nem a FPA nem o Altino nem a Marina querem assimilar.

Como sempre, leio com muita atenção o que diz o Altino Machado em seu Blog, o mais prestigiado entre os acreanos e, talvez, da Amazônia. Em seu último post ele identifica nos resultados eleitorais recentes, uma lição dos eleitores que, segundo ele, reclamam da atual maneira de governar adotada pela FPA. Aponta razões do tipo  "o governo é perseguidor", "o governo cerceia a imprensa", "mente demais na propaganda", "o pessoal do governo é muito arrogante", "só tem vez no governo uma panelinha", "que manda mesmo é gente de fora", "acreano não tem vez" que explicariam o fio da navalha em que se encontra a florestania. Ainda que concorde que as razões citadas estão mesmo por ai, desconfio que são tópicas. Estas não são as razões do povão. Sinto dizer, mas o buraco é mais embaixo, sim senhor. A razão de fundo é, principalmente, a limitada capacidade do projeto em curso de gerar empregabilidade e real desenvolvimento econ

Mapas fundamentais para compreender o eleitorado.

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No quadro acima dois mapas se comparam. O primeiro é do analfabetismo - quanto mais vermelho maior o percentual de analfabetos por município. O segundo é do resultado eleitoral - nos municípios em vermelho ganhou a Dilma e quanto mais forte o tom maior a diferença percentual. Nos municípios em azul a vitoria foi do Serra. Como se vê, a correlação é gritante. O quadro foi retirado de uma análise que merece ser lida na página da Adriana Vandoni AQUI . Abaixo temos o mapa da pobreza no Brasil. Quanto mais escuro, maior o índice de pobreza no municipio. Outra coincidência. Mapa da Pobreza no Brasil Nem precisa ser gênio pra saber quem são, aonde estão e por quê votam os brasileiros.

Acre, o mais tucano dos estados brasileiros. Por que será?

Com 7 em cada 10 votos acreanos, José Serra deu a maior lavada nas eleições presidenciais deste domingo. Pode-se dizer que o Acre é o mais tucano entre os estados. Parece piada, mas é o que os números dizem, apesar de o Estado viver sob hegemonia petista há 12 anos e ter mais 4 pela frente com o mesmo grupo no comando. Dos 22 municípios, paradoxalmente, a Dilma só venceu naquele em que o prefeito é tucano (ainda é?). Parece que quem nasceu para ser dindin jamais será sorvete. Rio Branco também deu a Serra o seu maior percentual de votos entre as capitais brasileiras com 73,29%. De quebra, o Acre apresentou os dois municípios onde a Dilma foi menos votada em todo o Brasil. Em Porto Acre teve apenas 19% dos votos. Em Capixaba teve 20%. Os dois municípios são governados pelo PT. Pelo que foi noticiado, ressabiados com os resultados contrários no primeiro turno, os líderes da FPA se empenharam como nunca para reverter a situação. Seria uma tarefa possivel, já que em 2006 aconteceu uma 

Serra "é apenas o começo".

O discurso do Serra foi surpreendente. Tenho certeza de que a maioria esperava uma fala mais simples, de reconhecimento ao vencedor, de desejo de sucesso, de agradecimento e só. Não foi. O José Serra de certo modo chamou a responsabilidade para si e para seu partido. Longe de pendurar as chuteiras, ele calçou as luvas e foi para seu lado do ringue. Pelo visto não dará refresco. Fato é que a oposição ganhou as eleições para o governo estadual em 10 estados que reúnem 52% da população, entre eles alguns dos mais importantes da federação e, a partir dai, pode articular com Aécio Neves no Congresso, e Beto Richa, Anastasia e Alckmin entre os governadores, uma trincheira em defesa de questões que ele mesmo explicitou - a liberdade e a democracia. Haverá, contudo, dificuldades internas. A fila anda e quem está na vez do comando é Aécio Neves.