Subsídio com nome e sobrenome - bolsa verde.

Desde que se começou a cogitar o impulso às atividades extrativistas ditas sustentáveis na Amazônia, como se elas fossem economicamente viáveis e fossem salvar as populações tradicionais da miséria e gerar uma economia significativa, venho contestando colegas economistas, agrônomos e mesmo políticos da região, especialmente do Acre, onde se implementou um projeto denominado florestania com essa formulação. Já que os seus planejadores foram renitentes, foi preciso o tempo me dar razão. Perderam.

O governo federal criou recentemente o Bolsa Verde. Trata-se de injetar mais 100 reais por mês por família residente em Unidades de Conservação e em Projetos de Assentamento Extrativista. Mais uma política de contenção de agravos ao meio ambiente e de sustentação à subsistência das famílias. Esse é o centro da política social do governo. No caso, a bolsa verde que somada à bolsa família e outros programas tentarão manter as populações locais. Vai dar certo? Não se pode garantir. Sei, porém, que se trata efetivamente de subsídio claro e de reconhecimento da inviabilidade econômica dos sistemas produtivos tradicionais baseados no extrativismo.

Os grupos beneficiados se reproduzirão com mínima de geração de renda. A sociedade pagará um tantinho a mais para que lá permaneçam sem promover agressões fortes ao meio ambiente. Se o custo de vida aumentar, mais bolsa. Poderemos inclusive fazer de conta que estamos remunerando serviços ambientais etc. Teremos o bolsa-ar, o bolsa-rio, o bolsa-flora, o bolsa-fauna... É uma escolha e uma decisão política e será, sempre, subsídio. Transferência de renda da população para um determinado grupo e estamos conversados. Aproveitemos enquanto podemos.

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