Toda vitória vale a pena? Ao que parece, na política sim.
Dizem que é de Ulysses Guimarães a tese de que em política nunca se deve estar tão perto que não se possa separar e nem tão longe que não se possa juntar. Um pensamento de quem sabia das coisas e fazia politica como poucos. Uma lição de prudência.
A questão é: quais os limites do perto e do longe? Como se define estes limites na política? Penso nisso sempre que vejo ardorosos inimigos andando de mãos dadas e velhos companheiros se esbofeteando.
Para os mortais que cultivam certos valores éticos, se determinado politico passa anos atribuindo a outro má conduta, atos ilícitos, corrupção, desvio de recursos, incompetência na administração, estaria seguramente extrapolando os limites do longe, ou seja, da possibilidade de se juntar, afinal, não é razoável juntar-se ao que não presta. Por outro lado, se determinado político passou anos a fio de braços dados com outro, lhe fazendo elogios, endeusando-o, ressaltando suas virtudes e caráter, estaria também extrapolando os limites do perto, ou seja, da possibilidade de separar. Em qualquer dos casos seria incoerência não permitida aos olhos de Ulysses Guimarães.
Nestas eleições, mais que nas outras, estamos assistindo o desfile de incoerências da espécie. Outro dia, num debate entre os candidatos ao governo do DF, para o qual concorre com grandes chances de vencer o ex-ministro Agnelo Queiroz, o vi confrontado com esta questão. Como ele explicaria compartihar a chapa com Tadeu Filipelli sendo que este foi durante décadas ligado ao Joaquim Roriz, seu secretário de obras, e para todos os efeitos um ladrão contumaz? A resposta foi tosca, mas emblemática. Segundo o candidato, aquela era uma aliança nacional vitoriosa.
Agnelo Queiroz deu o braço ao que sempre considerou o segundo maior "ladrão" da história de Brasilia (o primeiro maior seria o Roriz), extrapolando de longe todos os limites éticos e mesmo a prudência invocada pelo doutor Ulysses, para ganhar a eleição. A companhia de um "ladrão" não o incomoda desde que o resultado eleitoral lhe seja favorável.
É o que vejo acontecendo a torto e a direito principalmente nas alianças da candidata Dilma nos estados. De Collor a Jader Brbalho, passando por Sarney et caterva, há exemplos de abraços com gente de quem outrora se falava barbaridades, muitas delas verdadeiras. Os inimigos de hoje são outros. Que provavelmente serão os amigos de amanhã e por ai vai.
Ulysses estava errado. Era de outra época e de outra estirpe, acho. Nos dias de hoje não há o longe nem o perto. Não há limites para juntar nem para separar. Aboliram todos os escrúpulos em nome da vitória. Feio é perder, o resto não interessa.
A questão é: quais os limites do perto e do longe? Como se define estes limites na política? Penso nisso sempre que vejo ardorosos inimigos andando de mãos dadas e velhos companheiros se esbofeteando.
Para os mortais que cultivam certos valores éticos, se determinado politico passa anos atribuindo a outro má conduta, atos ilícitos, corrupção, desvio de recursos, incompetência na administração, estaria seguramente extrapolando os limites do longe, ou seja, da possibilidade de se juntar, afinal, não é razoável juntar-se ao que não presta. Por outro lado, se determinado político passou anos a fio de braços dados com outro, lhe fazendo elogios, endeusando-o, ressaltando suas virtudes e caráter, estaria também extrapolando os limites do perto, ou seja, da possibilidade de separar. Em qualquer dos casos seria incoerência não permitida aos olhos de Ulysses Guimarães.
Nestas eleições, mais que nas outras, estamos assistindo o desfile de incoerências da espécie. Outro dia, num debate entre os candidatos ao governo do DF, para o qual concorre com grandes chances de vencer o ex-ministro Agnelo Queiroz, o vi confrontado com esta questão. Como ele explicaria compartihar a chapa com Tadeu Filipelli sendo que este foi durante décadas ligado ao Joaquim Roriz, seu secretário de obras, e para todos os efeitos um ladrão contumaz? A resposta foi tosca, mas emblemática. Segundo o candidato, aquela era uma aliança nacional vitoriosa.
Agnelo Queiroz deu o braço ao que sempre considerou o segundo maior "ladrão" da história de Brasilia (o primeiro maior seria o Roriz), extrapolando de longe todos os limites éticos e mesmo a prudência invocada pelo doutor Ulysses, para ganhar a eleição. A companhia de um "ladrão" não o incomoda desde que o resultado eleitoral lhe seja favorável.
É o que vejo acontecendo a torto e a direito principalmente nas alianças da candidata Dilma nos estados. De Collor a Jader Brbalho, passando por Sarney et caterva, há exemplos de abraços com gente de quem outrora se falava barbaridades, muitas delas verdadeiras. Os inimigos de hoje são outros. Que provavelmente serão os amigos de amanhã e por ai vai.
Ulysses estava errado. Era de outra época e de outra estirpe, acho. Nos dias de hoje não há o longe nem o perto. Não há limites para juntar nem para separar. Aboliram todos os escrúpulos em nome da vitória. Feio é perder, o resto não interessa.
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