O Acre na TV Globo e no IBGE. Marina Silva saiu pela tangente.Tião Viana, o que fará?
Anteontem na reportagem sobre o município de Feijó no JN e ontem na entrevista com a Marina Silva no Jornal da Globo, a emissora apertou o Acre a partir dos indicadores sócio-econômicos. Coincidentemente, ontem o IBGE lançou a publicação Indicadores Sustentáveis do Brasil - 2010, na qual expõe alguns indicadores nacionais, regionais e estaduais. As tabelas permitem rankeamentos e comparações muito simples. Não faz ou não vê quem não quer.
Dei um passeio nos números do IBGE e verifiquei o seguinte:
1. O Acre tem o maior índice de concentração de renda da região (0,562). O índice é também maior que o índice brasileiro (0,534).
2. Na região, o Acre tem o maior percentual (38,5%) de famílias cujo rendimento per capita é inferior ou igual a meio salário mínimo. A média regional é 35%, a média nacional é 23,5%.
3. Na região, o Acre tem o maior rendimento per capita (869 reais) da população acima de dez anos de idade. A média da região é 747 reais, a média nacional é 941 reais.
4. O Acre tem a maior taxa de mortalidade infantil da região norte (30,7 por cem mil nascidos vivos). A média nacional é 24,3 por cem mil nascidos vivos.
5. O Acre tem a menor taxa de escolarização (91,3%) da região Norte. A média regional é 96,2%. A média nacional é 96,7%.
6. O Acre tem a menor taxa de alfabetização (84,2%) das pessoas acima de 15 anos na região Norte. A média regional é 89,2%. A média nacional é 90%.
7. O Acre tem a quarta média de anos de estudo de pessoas com mais de 25 anos de estudo (grau de escolaridade) da região (6,3 anos). A média regional é 6,4 anos. A média nacional é 6,9 anos.
8. O Acre tem o segundo menor PIB per capita da região (7.041 reais). Ganha apenas do Pará. A média da região Norte é R$ 7.899,00. A média nacional é R$ 12.688,00.
9. O Acre tem a segunda maior taxa de domicílios urbanos com rede coletora de esgoto (20,4% dos domicílios). A média regional é 11,7%. A média nacional é 57,4%.
10. O Acre tem a quarta maior taxa de domicílios urbanos com distribuição de água em rede geral (68,3%). A média regional é 67,6%. A média nacional é 92,6%.
Os dados são bons? Não. Não são. O Acre ainda está muito longe de ser o melhor lugar para se viver. Ocorreram avanços nos últimos anos? Sim. Ocorreram e são inegáveis. O Acre de 2010 é melhor que o de 1998 quando se iniciou a implantação do modelo denominado florestania.
Então, qual é o problema? O problema está em enfrentar os dados da realidade como eles são. Não brigar com os números. Em resposta à apresentadora do Jornal da Globo, ao invés de explicar os dados que não são apenas absolutos, mas relativos também aos outros estados da região, a Marina achou que devia botar a culpa no esquadrão da morte. Peraí. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Esquadrões da morte existem em praticamente todos os estados brasileiros. A coragem de enfrentar e derrotar um esquema que se preparava para tomar conta do Estado em suas três esferas, sabemos, foi fundamental para a retomada da auto-estima, do orgulho e da esperança do acreano. Eu mesmo, pessoalmente, sou beneficiário deste processo e, também pessoalmente sou muito grato. Mas não dá para misturar isso com o nível de concentração de renda que, no Acre, é maior que em toda a região, ou com o PIB per capita que é o segundo menor. A Marina, portanto, respondeu mal, saiu pela tangente.
Sinceramente, embora nunca tenha trabalhado diretamente com nenhum deles, considero alguns membros da FPA, especialmente os irmãos Jorge e Tião Viana, que são incontestavelmente seus principais líderes, os políticos mais importantes e, provavelmente, os mais experientes e preparados do Acre. Não é pouco o que já fizeram em nome do estado e de sua população em mais de uma década de hegemonia política. Pensando assim é que acredito que os números apresentados seguidamente pelos órgãos oficiais são de seu conhecimento e frequentam suas preocupações. Não poderia ser de outro jeito. A questão está no modo como lidam com eles, quase sempre ao modo Marina Silva, ou, em outros momentos, desqualificando-os por se tratar de realidades específicas, esquecendo que, comparativamente, este recurso perde sentido pois em toda a região com maior ou menos intensidade as realidades acreanas se replicam.
Ganhando as eleições para o governo como parece mais provável, será hora da FPA fazer uma reformulação e um reposicionamento do projeto de 1998. Penso mesmo que já está fazendo. Há sinais evidentes emitidos pelo Governo e pelo candidato Tião Viana ao longo dos últimos anos no sentido de alterar significativamente o modelo em busca de resultados que impliquem emprego e renda reais. Tomara que esta percepção não seja frustrada por concessões ao atraso.
Dei um passeio nos números do IBGE e verifiquei o seguinte:
1. O Acre tem o maior índice de concentração de renda da região (0,562). O índice é também maior que o índice brasileiro (0,534).
2. Na região, o Acre tem o maior percentual (38,5%) de famílias cujo rendimento per capita é inferior ou igual a meio salário mínimo. A média regional é 35%, a média nacional é 23,5%.
3. Na região, o Acre tem o maior rendimento per capita (869 reais) da população acima de dez anos de idade. A média da região é 747 reais, a média nacional é 941 reais.
4. O Acre tem a maior taxa de mortalidade infantil da região norte (30,7 por cem mil nascidos vivos). A média nacional é 24,3 por cem mil nascidos vivos.
5. O Acre tem a menor taxa de escolarização (91,3%) da região Norte. A média regional é 96,2%. A média nacional é 96,7%.
6. O Acre tem a menor taxa de alfabetização (84,2%) das pessoas acima de 15 anos na região Norte. A média regional é 89,2%. A média nacional é 90%.
7. O Acre tem a quarta média de anos de estudo de pessoas com mais de 25 anos de estudo (grau de escolaridade) da região (6,3 anos). A média regional é 6,4 anos. A média nacional é 6,9 anos.
8. O Acre tem o segundo menor PIB per capita da região (7.041 reais). Ganha apenas do Pará. A média da região Norte é R$ 7.899,00. A média nacional é R$ 12.688,00.
9. O Acre tem a segunda maior taxa de domicílios urbanos com rede coletora de esgoto (20,4% dos domicílios). A média regional é 11,7%. A média nacional é 57,4%.
10. O Acre tem a quarta maior taxa de domicílios urbanos com distribuição de água em rede geral (68,3%). A média regional é 67,6%. A média nacional é 92,6%.
Os dados são bons? Não. Não são. O Acre ainda está muito longe de ser o melhor lugar para se viver. Ocorreram avanços nos últimos anos? Sim. Ocorreram e são inegáveis. O Acre de 2010 é melhor que o de 1998 quando se iniciou a implantação do modelo denominado florestania.
Então, qual é o problema? O problema está em enfrentar os dados da realidade como eles são. Não brigar com os números. Em resposta à apresentadora do Jornal da Globo, ao invés de explicar os dados que não são apenas absolutos, mas relativos também aos outros estados da região, a Marina achou que devia botar a culpa no esquadrão da morte. Peraí. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Esquadrões da morte existem em praticamente todos os estados brasileiros. A coragem de enfrentar e derrotar um esquema que se preparava para tomar conta do Estado em suas três esferas, sabemos, foi fundamental para a retomada da auto-estima, do orgulho e da esperança do acreano. Eu mesmo, pessoalmente, sou beneficiário deste processo e, também pessoalmente sou muito grato. Mas não dá para misturar isso com o nível de concentração de renda que, no Acre, é maior que em toda a região, ou com o PIB per capita que é o segundo menor. A Marina, portanto, respondeu mal, saiu pela tangente.
Sinceramente, embora nunca tenha trabalhado diretamente com nenhum deles, considero alguns membros da FPA, especialmente os irmãos Jorge e Tião Viana, que são incontestavelmente seus principais líderes, os políticos mais importantes e, provavelmente, os mais experientes e preparados do Acre. Não é pouco o que já fizeram em nome do estado e de sua população em mais de uma década de hegemonia política. Pensando assim é que acredito que os números apresentados seguidamente pelos órgãos oficiais são de seu conhecimento e frequentam suas preocupações. Não poderia ser de outro jeito. A questão está no modo como lidam com eles, quase sempre ao modo Marina Silva, ou, em outros momentos, desqualificando-os por se tratar de realidades específicas, esquecendo que, comparativamente, este recurso perde sentido pois em toda a região com maior ou menos intensidade as realidades acreanas se replicam.
Ganhando as eleições para o governo como parece mais provável, será hora da FPA fazer uma reformulação e um reposicionamento do projeto de 1998. Penso mesmo que já está fazendo. Há sinais evidentes emitidos pelo Governo e pelo candidato Tião Viana ao longo dos últimos anos no sentido de alterar significativamente o modelo em busca de resultados que impliquem emprego e renda reais. Tomara que esta percepção não seja frustrada por concessões ao atraso.
Sebastião Viana vai por sua melhor cara d 'sou bonzinho d tão doce já dou nojo' e vai repetir todas as lorotas pré-definidas pela maldita cartilha petista: O ACRE NUNCA ESTEVE TÃO BEM! AS PESSOAS SÃO FELIZES HOJE, NÃO TEM PROBLEMAS DE NENHUMA ORDEM!... Affff, fala sério...
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