RESEX Chico Mendes e pagamento por serviços ambientais - tréplica ao autor do artigo
O pesquisador e professor da UFAC Raimundo Cláudio, autor da pesquisa e do artigo que ao final propõe que a diferença entre a renda na atividade sustentável e a renda necessária à reprodução familiar na RESEX Chico Mendes seja paga pela sociedade a título de remuneração por serviços ambientais prestados na área, fez no blog do Evandro (Ambiente Acreano) uma RÉPLICA ao post deste blog que, por questão de espaço e forma, prefiro treplicar aqui mesmo.
Caro Professor Raimundo Cláudio.
Em primeiro lugar, parabéns pela pesquisa e também pela proposta. Poucas vezes temos lido algo a respeito das RESEX que não sejam loas e falsificações da realidade crua com a qual se defrontam diariamente os moradores das reservas extrativistas.
Em segundo lugar, um esclarecimento. Não fui eu que "decretei" o fracasso das reservas. Isto foi obra da própria incapacidade de sua concepção original de prever como, aliás, sustentei à época em que morava no Acre e participava deste debate, a inviabilidade econômica da produção local em um sistema de livre concorrência.
Em terceiro lugar, uma ressalva. Os outros dois eixos além do econômico, ou seja, o ambiental e o social, somente podem ser considerados resolvidos em termos do que viria a ser não fosse a reserva.
Se me permite trocar em miúdos para facilitar a compreensão dos leitores do blog, a prudencia ambiental não foi alcançada em termos absolutos, dado que houve significativa alteração da cobertura vegetal exigida pela pecuarização na área. Pode-se dizer, contudo, que em vista da tendência verificada à época da criação da reserva, muito provavelmente houve um ganho importante de manutenção da floresta.
Quanto ao social, dá-se o mesmo. Não parece razoável afirmar que os moradores da RESEX Chico Mendes tenham experimentado grande ascenção social ou que mediante indicadores sociais tenham se diferenciado significativamente da média regional. Pode-se dizer, contudo, que lá permaneceram em grande parte, evitando o esvaziamento da área e, muito provavelmente, uma mudança radical para pior em seu modo de vida.
Se estou certo, é no eixo econômico que no seu próprio dizer não está resolvido, que as coisas se complicam. Sem ele, a prudencia ambiental fica ameaçada (pecuarização) e os indicadores sociais não avançam como necessário. Lembremo-nos que a RESEX Chico Mendes comemorou aniversário de 20 anos. Se durante este período ao invés de fracionar a sociedade em bonzinhos-preservacionistas e mauzinhos-devastadores, os governos tivessem dedicado um olhar científico ao problema, teriam cedo constatado que neoextrativismo ou outro neo que se queira só funciona combinado com neosubsídio. Sem ele é neoatraso.
Caro Professor Raimundo Cláudio.
Em primeiro lugar, parabéns pela pesquisa e também pela proposta. Poucas vezes temos lido algo a respeito das RESEX que não sejam loas e falsificações da realidade crua com a qual se defrontam diariamente os moradores das reservas extrativistas.
Em segundo lugar, um esclarecimento. Não fui eu que "decretei" o fracasso das reservas. Isto foi obra da própria incapacidade de sua concepção original de prever como, aliás, sustentei à época em que morava no Acre e participava deste debate, a inviabilidade econômica da produção local em um sistema de livre concorrência.
Em terceiro lugar, uma ressalva. Os outros dois eixos além do econômico, ou seja, o ambiental e o social, somente podem ser considerados resolvidos em termos do que viria a ser não fosse a reserva.
Se me permite trocar em miúdos para facilitar a compreensão dos leitores do blog, a prudencia ambiental não foi alcançada em termos absolutos, dado que houve significativa alteração da cobertura vegetal exigida pela pecuarização na área. Pode-se dizer, contudo, que em vista da tendência verificada à época da criação da reserva, muito provavelmente houve um ganho importante de manutenção da floresta.
Quanto ao social, dá-se o mesmo. Não parece razoável afirmar que os moradores da RESEX Chico Mendes tenham experimentado grande ascenção social ou que mediante indicadores sociais tenham se diferenciado significativamente da média regional. Pode-se dizer, contudo, que lá permaneceram em grande parte, evitando o esvaziamento da área e, muito provavelmente, uma mudança radical para pior em seu modo de vida.
Se estou certo, é no eixo econômico que no seu próprio dizer não está resolvido, que as coisas se complicam. Sem ele, a prudencia ambiental fica ameaçada (pecuarização) e os indicadores sociais não avançam como necessário. Lembremo-nos que a RESEX Chico Mendes comemorou aniversário de 20 anos. Se durante este período ao invés de fracionar a sociedade em bonzinhos-preservacionistas e mauzinhos-devastadores, os governos tivessem dedicado um olhar científico ao problema, teriam cedo constatado que neoextrativismo ou outro neo que se queira só funciona combinado com neosubsídio. Sem ele é neoatraso.
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