No Jornal da Globo, José Serra chama crime de crime. E dá nome aos bois.

Ontem em entrevista no Jornal da Globo, extremamente aborrecido com a história da quebra do sigilo fiscal de sua filha, o candidato José Serra não economizou palavras para acusar a campanha adversária de, em busca de argumentos sórdidos para serem utilizados na campanha eleitoral deste ano, haver utilizado a Receita Federal para vasculhar informações fiscais de sua filha cobertas pelo sigilo constitucional. Além dela outras personalidades do PSDB foram espionadas.

É o assunto mais quente da campanha eleitoral. Em um pais sério já teria caido todo o cacho de autoridades ligadas à receita federal, os autores estariam presos e a candidata estaria se explicando ou teria desistido. Imagine um troço deste na Inglaterra, ou no Japão, ou mesmo nos EUA. No Brasil, o governo se esforça para confundir e não para explicar. Enquanto isso, a campanha da candidata do governo cuida de transformar a vitima em culpada. Parece que os invadidos é que devem explicações.

Tão ou mais grave que isto é, por outro lado, a indiferença das pessoas. Parece que o lulismo deu conta de zerar a capacidade de indignação popular com aspectos que, de tão caros, estão lavrados na Carta Magna. Em nenhum lugar do mundo pode ser considerado trivial que fora de processos judiciais alguém, a serviço de quem quer que seja, utilize dados da receita federal para formar dossiês. Isto é impensável numa democracia. Por aqui as pessoas fazem cara de paisagem. Não é com eles, deixa rolar. Os autores foram afastados, a "investigação" corre em segredo até da vítima, e daqui a uns dez anos o processo se extinguirá sem alcançar os verdadeiros culpados. Que nem no mensalão.

A impressão que tenho é que o povo brasileiro está sendo de tal modo transformado em massa de manobra que quando pensar em reagir, será tarde demais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tá na Bíblia que chantagem é pecado?

“Marina não é analfabeta como o Lula” Caetano Veloso

Chega!