Saiu o 171 da Dilma sobre o aborto e outras questões.

Ai está, em vermelho, o 171 da Dilma em carta assinada e enviada aos líderes religiosos conforme se comprometeu em audiência recente à qual compareceu acompanhada do senador Crivella, sobrinho do abortista Edir Macedo. Como se pode ver trata-se de uma evidente enrolação que deixa pontos cinzentos para posterior interpretação. À moda Reinaldo Azevedo, um vermelho e azul com a missiva ilusória.


DILMA ROUSSEF

Dirijo-me mais uma vez a vocês, com o carinho e o respeito que merecem os que sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos. É com esta convicção que resolvi pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais. Para não permitir que prevaleça a mentira como arma em busca de votos, em nome da verdade quero reafirmar:

Como mostraram vídeos de entrevistas suas à Revista Marie Claire e à sabatina da Folha, não são calúnias e boatos. Ela vem desdizer o que disse antes, espontaneamente, com clareza e convicção.


1. Defendo a convivência entre as diferentes religiões e a liberdade religiosa, assegurada pela Constituição Federal;

Isto nunca esteve em dúvida. A sua tentativa de escamotear o debate sobre o aborto é que atribuiu aos adversários acusações que nunca foram feitas.


2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto;

A pergunta não é se ela é a favor do aborto. Isto ninguém é. A pergunta é se ela é a favor da descriminação do aborto, o que é algo diferente. A novidade é que defenda a legislação atual que criminaliza o aborto, pois antes achava um absurdo que não houvesse no Brasil a descriminação.


3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.

A questão não é se ela "tomará iniciativa", para isso ela tem um partido comprometido com a descriminação do aborto e com o controle social da mídia, vide as decisões do PT. A questão é se ela sancionaria Lei aprovada neste sentido. Não esqueçamos que numa eventual vitória da Dilma, mais de 400 deputados e 50 senadores já se enfileiram para dizer amém, não sem um afago antes, é claro.


4. O PNDH-3 é uma ampla carta de intenções, que incorporou itens do programa anterior. Está sendo revisto e, se eleita, não pretendo promover nenhuma iniciativa que afronte a família;

O PNDH-3 não é mera carta de intenções. É um documento do governo, oficial, e governos não apresentam cartas de intenções. Apresentam compromissos. Além disso, vem de novo o "não pretendo promover iniciativa", isto, ao gosto da candidata, é tergiversar sobre o tema. Teria que dizer que não implementará nenhuma ação, independentemente de quem teve a iniciativa.

5. Com relação ao PLC 122, caso aprovado no Senado, onde tramita atualmente, será sancionado em meu futuro governo nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais existentes no Brasil;

Só faltava dizer que sancionará algo inconstitucional. Teria que dizer os artigos do PL que não sancionará se eleita.


6. Se Deus quiser e o povo brasileiro me der, a oportunidade de presidir o País, pretendo editar leis e desenvolver programas que tenham a família como foco principal, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros que resgatam a cidadania e a dignidade humana.


Com estes esclarecimentos, espero contar com vocês para deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada. Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos de manipular a fé e a religião tão respeitada por todos nós. Minha campanha é pela vida, pela paz, pela justiça social, pelo respeito, pela prosperidade e pela convivência entre todas as pessoas.

De resto atenta contra a verdade dos fatos. Não foi a oposição que pôs os temas religiosos na campanha. Foram os religiosos e os cidadãos brasileiros, religiosos ou não, que despertaram para o risco e não concordam com o assassinato de fetos.

Dilma Rousseff

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