De sabujos, sabujices.

Algo que me incomoda, mas não surpreende, é a capacidade que algumas pessoas tem de subverter a lógica para dar aparência de verdade ao que no íntimo sabem que é falso. Ou vice-versa. Me refiro à negação que alguns fazem de que a dona Dilma é A FAVOR da descriminação do aborto porque considera uma agressão contra a mulher. Foi ela que disse isto todas as palavras, letras, virgulas e ponto. Não dá pra negar.

Quando acossada por videos que comprovavam a sua postura abortista, a candidata sacou uma arma quase infalível. A da mistificação. Danou-se a dizer que estava sendo vítima de boataria. Ora, ora. Boataria uma ova.  Está documentado. Dai em diante, os seguidores de Lula (ela mesma não tem eleitor nenhum), alguns até bem letrados, vestiram os capuzes e passaram a denominar de medieval o debate sobre o aborto. Quem é contra está sendo perseguido.

Nenhum deles, entretanto, filósofos ou não, ao macaquear a candidata dizendo que aborto é assunto de saúde pública, é capaz de lembrar das crianças assassinadas. Elas são assunto de quem? Nem uma palavrinha sobre estas. Não é interessante? O que mais se vê são "intelectuais" se referirem à questão como se fosse coisa de maluco, de gente fora de sua época, de beatos. Simplesmente fogem do debate.

Espertamente, de tanto repetirem que são boatos eles cavam uma sepultura para a verdade e aproveitam para nela enterrarem tudo que é acusação, todos os malfeitos, todas as propinagens, todos os desvios, todos os descalabros que a oposição, obviamente, tem a obrigação e a oportunidade de apontar. Querem, talvez, que a oposição faça campanha escondendo os podres do governo. Era só o que faltava.

Neste fim de semana, a revista "Veja" publica longa matéria na qual revela a participação da dona Dilma na encomenda de dossiês. Em síntese, pela palavras de quem ocupa ou ocupou cargos elevados por lá, o Ministério da Justiça foi transformado em polícia política a agir contra adversários. Querem apostar como vão dizer que são boatos? Que é baixaria? Segundo eles, alto nível é sair acusando o candidato e seu médico de forjarem uma agressão, incluindo ai um roteiro que passa por um telefonema não se sabe de onde. Dá pra aceitar?

Certa vez um amigo politico acreano me disse "quer saber do que um homem é capaz, acompanhe-o numca campanha eleitoral". Tinha razão o meu amigo. Esqueceu de dizer que existem cabos eleitorais tão ou mais falsos e perversos quanto o candidato.

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