A chave não é Marina Silva.

Essa corrida pelos "votos da Marina" já está cansando. Enviados do Serra e da Dilma cortejam-na como se fosse o voto de minerva em uma nova eleição de 130 milhões de votos. Enquanto saboreia a corte, a senadora promete que em quinze dias a luz aparecerá. Alguns esperam que o iluminado seja aquele que mais favores ecológicos oferecer à dama da floresta. Já se fala em ministérios, em meia-volta em projetos impactantes, em alteração de planos etc. Cá entre nós penso que a prosperar esta corrida maluca, os candidatos terminarão a campanha usando o chale da Marina, negando o o próprio programa e adotando o modelo da WWF. Tudo em vão.

Seu apoio é importante, tem um simbolismo atual, mas a Marina tem muito menos poder de transferir votos quanto pensam por ai. Os 20 milhões de votos da Marina não lhe pertencem, não são programáticos, não são verdes. São dispersos entre cristãos insatisfeitos com a posição da Dilma favorável ao aborto, cidadãos e cidadãs que prezam o voto ético que ela encarnou bem ao fazer tábua raza das diferenças entre Dilma e Serra, intelectuais, artistas e estudantes que a vêem como a salvadora das gerações futuras e seus companheiros ecologistas. Estima-se que metade de seus votos foram alcançados nas últimas semanas.

Tenho a impressão de que apesar dos esforços de seus amigos petistas do bem, os acreanos Binho, Jorge e Tião no meio, ela se inclinará pragmaticamente pelo Serra. A razão é que a Dilma chegou ao final da campanha com três pregos cravados em sua imagem - a questão do aborto, os desvios éticos da Casa Civil e a espionagem no sigilo fiscal dos tucanos. Adotar uma opção pela  Dilma significaria coonestar com estes fatores deletérios da popularidade de qualquer politico e o que mais Marina precisa neste momento é acumular forças para 2014. Iria ela contra a corrente que se faz no Brasil pela preservação da vida? Duvido.

Mesmo assim, ficando ela com o Serra, com a Dilma ou neutra (como se a neutralidade politica fosse possivel) não creio que seja o xis da questão. A campanha se decidirá objetivamente pela ação dos governadores, senadores e deputados eleitos que terão a possibilidade de usar todas as armas. Isto se daqui pra lá uma nova capa da Veja não mandar tudo pro brejo de vez.

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