Onde começa a vitória?
Que a politica é uma arte ninguém duvida. Tanto que exige um certo dom, uma vocação, uma capacidade muito especial. Raros, muito raros são aqueles que progridem na carreira sacados de carreiras técnicas, de aprendizado formal. Cientistas politicos, por exemplo, quase nunca se aventuram a pedir votos, a dirigir campanhas, a presidir legendas.
Me pergunto sempre que caráter é este tão distintivo dos politicos. O que me vem à mente mais rapidamente tem a ver com esperteza, com oportunismo, com cara-de-pau para afirmar mentiras e negar o obvio. Mas também me vem a idéia de que os politicos, não sei por que, possuem uma intuição maior sobre o que as pessoas sentem e sobre o que lhes encanta. Outras vezes sou levado a pensar que politicos são também o que deviam ser, isto é, operadores de demandas sociais, conhecedores dos problemas, mediadores de conflitos, realizadores de mandatos populares na essência do termo. Alguém pode dizer que politicos são tudo isso em doses individuais maiores ou menores. Pode ser.
E as campanhas eleitorais, o que são? Um campeonato de esperteza e oportunismo, um espetáculo de encantamento ou uma corrida de competências? Talvez também um pouco de tudo. Sendo assim, ganha aquele que for ao mesmo tempo o mais esperto, o mais encantador e o mais preparado.
Não é fácil encontrar a fórmula do sucesso, se fosse não estaria eu aqui fazendo este tipo de formulação. Tenho, contudo, uma convicção. A vitória começa pela escolha do adversário. Se um dos lados consegue estrategicamente escolher o oponente e este se apresenta carente de qualquer dos requisitos, a vitória é quase certa. Como é que sei? Estou vendo isto há anos.
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