A floresta em debate. Um bom momento.

Como era de se esperar a Marina Silva pegou em armas contra o relatório do Aldo Rebelo. Chamou para a briga os adversários José Serra e Dilma Roussef. Não sei se eles vão querer entrar no ringue perante uma platéia coalhada de ongueiros nativos e internacionais e de jornalistas e editores igualmente rendidos ao "politicamente correto".

Em seu editorial a Folha de São Paulo praticamente criminaliza o relator e deixa claro sua opção pelo extremismo ambiental ignorante e carbofóbico. "Houve recentemente reduções no desmatamento da Amazônia, como quer a opinião pública nacional e internacional. Mas, para Rebelo, isso equivale a dobrar-se diante de potências imperialistas. A proposta alinhavada pelo relator prodigaliza moratórias, suspende multas, alarga prazos para recomposição de reserva legal, reduz APPs, libera exploração de várzeas e topos de morro... Um lobista em defesa dos interesses mais atrasados da agropecuária não teria feito melhor do que o parlamentar comunista."

O Estadão foi comedido "A maior parte das propostas apresentadas pelo deputado Aldo Rebelo, em seu relatório sobre as mudanças no Código Florestal, é obviamente realista e razoável. Vale a pena ampliar a discussão de alguns pontos, como, por exemplo, os poderes normativos concedidos a Estados. Segundo o deputado, as autoridades estaduais poderão legislar sobre meio ambiente dentro de critérios técnicos e sem violar as normas nacionais. Mas é bom verificar se os novos limites da ação estadual estão claramente fixados e se essa competência ampliada será usada sem risco. Mas nenhum esclarecimento e nenhum avanço resultarão da mera agitação de bandeiras e da intransigência de quem se recusa a reconhecer as necessidades da produção."

O GLobo dedicou seu editorial ao mico que o governo brasileiro pagou com a lambança no Irã, mas em outra página repercute a reação da Marina Silva ao relatório. "Qualquer pessoa que queira governar este país sinalizando o princípio da responsabilidade social e ambiental deve se pronunciar em relação a esse relatório, sob pena de se omitir ou de ser conivente. É uma questão suprapartidária."

De todo modo este é realmente um tema importante e deve ser debatido agora como pauta necessária na campanha eleitoral. Desde, é claro, que sobre a mesa esteja a verdade e não as mistificações que se faz à vontade acerca desta questão.

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