O III Simpósio Amazonia - cadê os parlamentares?

Participei ontem do III Simpósio Amazônia: desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas. O evento, promovido pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional juntamente com a Comissão do Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, pretendeu debater as questões da sustentabilidade vis a vis a perspectiva de aquecimento global.

COMENTO

Como diriam no caderno B, um fracasso de crítica e de público. Da presidência da República, ninguém. Dos trinta e tantos ministros, apenas o da Pesca para proferir uma palestra de 20 minutos e se mandar em seguida sem esperar as perguntas. Da própria Câmara dos Deputados nem o Michel Temer apareceu - mandou Marcos Maia, um dos vices. Do Senado, ninguém. De governadores da região, apenas o Ivo Casol, de Rondônia. Das Comissões que promoveram o debate, meia dúzia de deputados. Do alto clero da Cãmara – líderes de partidos etc., ninguém. Ao final, o Presidente da Comissão da Amazônia, Deputado Silas Câmara encerrou o evento melancolicamente com a presença de menos de vinte pessoas na platéia, eu no meio, e desancou em cima do governo e dos colegas parlamentares.

Perderam todos a oportunidade de ouvir boas conferências. Destaco o professor e escritor paraense Armando Mendes, o representante as Secretaria de Assuntos Estratégico – SAE Alberto Lourenço e o Pesquisador da EMBRAPA Alfredo Homma. De quebra, na posição de apóstolo do apocalipse, o representante do INPE, Gilberto Câmara.

Este evento teve sua primeira edição em 2007, quando a Comissão da Amazônia era presidida pela Deputada Vanessa Grazziotin. Foi um estardalhaço. O eixão de norte a sul ficou cheio de cartazes, a Câmara dos Deputados e outros setores se engajaram na divulgação. Andaram até reclamando dos gastos, mas o Simpósio foi um sucesso de público.

Em 2008, sob a batuta da Deputada Janete Capiberibe, o evento perdeu força. Realizou-se, contudo, com média de freqüência bem acima do atual.

Penso que um dos fatores mais importantes para o declínio e, provavelmente, morte deste evento que se pretendia permanente, é o fato de que a Amazônia se tornou figurinha fácil nos debates tanto no parlamento quanto na academia e fóruns técnicos que se multiplicam Brasil afora. Neguinho já encheu o saco de ouvir as mesmas teses, as mesmas reclamações e as mesmas experiências.

Tudo isto me leva à seguinte conclusão: Está na hora de falar menos e fazer mais pela Amazônia. Uma sugestão: Sigam Alfredo Kingo Oyama Homma, atualmente o mais lúcido dos estudiosos da Amazônia.

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