Vamos lá, dona Dilma. Como voce cantava nos anos 60-70, quem sabe faz a hora...

Consta que a dona Dilma está em palpos de aranha com a sua própria base parlamentar. Cada vez que a imprensa descobre um ninho de ratos ela é obrigada a dar uma vassourada, o que inexoravelmente bate nos interesses dos deputados e senadores. Com a turma do PR, já tido e havido como partido de estatura menor, até foi fácil. A coisa engrossou quando o lixo foi encontrado nos aposentos do PMDB e na própria cozinha lá no Turismo. O que fazer? Continuar a faxina ou contemporizar com os aliados com medo da insatisfação?

É certo que a turma fica assanhada quando mexem com seus interesses menores. A chantagem no Congresso era esperada, afinal, cada um usa a arma que tem. O que não pode é a dona Dilma se deixar inibir por esta história de perda de apoio, de crise política e tal. Houve até quem dissesse que se continuar a faxina, a dona Dilma arrisca nem terminar o mandato. Outros, um pouco menos dramáticos, aconselham-na a ter cuidado etc. Tudo não passa de coonestação.

A dona Dilma não é o Collor. Este perdeu apoio e danou-se porque em seu nome estavam roubando desbragadamente. Paulo César Farias que o diga lá dos quintos. Com a corrupção escancarada Collor perdeu apoio popular e, consequentemente, perdeu apoio no Congresso e não o contrário. Mais uma vez foi a imprensa que fez o serviço.

O povo brasileiro está ansioso para reconhecer na dona Dilma uma identidade própria e rigorosamente honesta. A escolha que lhe pesa nos ombros é entre cair nos braços do povo e calar a oposição pelo combate inequívoco à corrupção ou cair nos braços da canalha do Congresso pela concessão à governabilidade frouxa e covarde.

Sei. O Lula, seu mentor, manda ter cautela. Ela mesma, que era a gerentona do governo anterior se sente desconfortável com tanto rato gordo na esplanada. Mas é do jogo. Há riscos e contrariedades. Ela não pode, por causa disso, assumir compromisso com o erro e com a leniência com a qual seu antecessor tratava as malfeitorias.

Dona Dilma, resolva ai se quer passar à história como a mulher que pôs um basta na patifaria que sustenta a coalizão do presidencialismo brasileiro ou como aquela que entrou para sair sem ser notada.

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