Do cofre público ao bolso do parlamentar. Caminho de ratos.

Dois fatos recentes demonstram a sordidez subjacente a esta patifaria que responde pelo nome de emendas parlamentares individuais.

Um deles, já sabido por todos é que os parlamentares da base estão pressionando o governo federal a liberar a execução das suas emendas individuais. Mesmo em tempos difíceis como os atuais em que se exige austeridade fiscal, os deputados e senadores chantageiam a dona Dilma. Ou a presidente libera as emendas ou seus projetos não são votados. Mais ainda, prometem votar e aprovar loucuras fiscais como a PEC 300. Deputado quer ser bem tratado e isso no mais das vezes significa liberação de emendas. Conheço alguns que em quatro anos fazem apenas isso - liberam emendas. São meros corretores de prefeituras e de ONG's. Comissionados, é claro.

O outro fato é que na recente investida da policia federal sobre a gang do turismo, uma deputada do Amapá foi pega justamente na liberação de emendas. Segundo a imprensa, o dinheiro público saia do Ministério doTurismo, atravessava uma ONG e terminava no enderêço da deputada Fátima Pelaes.

Infelizmente não é apenas a gang do turismo que conhece esse e outros atalhos entre o cofre público e parlamentares desonestos. Existem caminhos que passam pela educação, pela saúde, pelas cidades, pela cultura, pelos esportes... É o Brasil, onde deputado não se importa com o mérito da Lei que vota desde que pingue algum numa ONG ou numa prefeitura amiga.

A dona Dilma sabe disso? Claro que sabe. Vem resitindo, usa a crise fiscal iminente para negar liberações, tenta convencer pelo argumento legítimo, mas a pressão é enorme. Resistirá até quando?

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