Parlamentares ameaçam tomar o cabresto.

Já disse antes o que penso e sei das emendas parlamentares. São um cabresto no focinho dos parlamentares que por causa delas votam qualquer coisa que queira o executivo, mesmo que sejam porcarias. E não pensem que os encabrestados se ligam na necessidade, na qualidade ou na destinação das obras realizadas com a grana das emendas. Eles querem mesmo é o prestigio que lhes arrendam os prefeitos e, muitas vezes, no "por fora" que pinga em seus bolsos. Nessa velhacaria há parlamentares que literalmente vendem emendas a prefeitos e, depois, correm atrás para liberá-las. Votar de conformidade com o governo é o mínimo que estão dispostos a fazer.

A presidente Dilma parecia ter inaugurado um modo mais republicano de lidar como as emendas parlamentares. No corte do orçamento mandou a tesoura em boa parte e fechou a torneirinha dos ministérios. Até bati palmas para a Dilma. Infelizmente ela está vendo agora que os cães encabrestados podem se unir e se rebelar. A chantagem é descarada. Parlamentares da base aliada (?) mostram os dentes. Se o governo não liberar as emendas prometem colocar em votação e aprovar os projetos que, segundo o governo, confrontam seus planos financeiros. A PEC 300 e a Emenda 29 da Saúde estão no topo da lista. Para reforçar a chantagem chamam à cena os sócios - os prefeitos.

Alguém poderá dizer que esta é a única grana com que contam os prefeitos para realizarem suas obrinhas nos pequenos municípios. Pode ser. Mas mesmo que seja, com certeza esta não é a via correta para acessar recursos públicos. Obras não se justificam por si mesmas. Elas precisam obedecer uma lógica, um plano, um processo de desenvolvimento. E precisam ser honestas. O montante de recursos envolvidos em emendas parlamentares é tão alto que poderia integrar normalmente o orçamento da união e financiar com folga as mesmas obras, só que honestamente e sem os privilégios a determinados parlamentares amigos do rei ou, no caso, da rainha.

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