No Brasil, os negros não são ancestralmente negros e os brancos não são ancestralmente brancos.


Esta é uma das conclusões mais interessantes que se pôde tirar da audiência pública realizada pelo Supremo Tribunal Federal para debater a política de cotas para a universidade pública brasileira.

Após uma peroração sentimentalóide do Senador Paulo Paim, do PT-RS, que entre outras bobagens recorreu ao “espírito de Zumbi” e defende cota até para o parlamento, surgiu um cientista, um homem que persegue a lógica e não o voto fácil para repor a questão em termos concretos.

No vídeo acima se pode ver a apresentação do Prof. Dr. Sergio Danilo Júnior Pena (inicio em 33:37), um dos mais importantes geneticistas brasileiros. No Brasil, um de seus trabalhos mais importantes é a pesquisa sobre a estrutura genética da população brasileira. Pode-se, no mínimo, dizer que é do ramo.

Ao afirmar que não há estrita correlação entre ancestralidade e cor da população brasileira, o professor Sérgio Danilo põe por terra todos os argumentos dos racialistas. Simplesmente, não se pode pela cor do indivíduo afirmar que sua ascendência seja majoritariamente africana ou européia. No Nordeste, por exemplo, em média o sujeito auto-declarado NEGRO tem 54% de ancestralidade EUROPÉIA. Um sujeito auto-declarado BRANCO (eu, por exemplo) tem em média 24% de ancestralidade AFRICANA. Em outras palavras: esqueçam essa história de dívida racial com afrodescendentes, pois eles podem ser brancos, consequentemente, em muitos casos, as cotas podem servir para incluir eurodescendentes e excluir afrodescendentes. Que tal?

É muito bom quando ouvimos o saber e não o interesse eleitoral ou financeiro de pessoas e organizações.

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