Dois pra lá dois pra cá. Se não for dança, não saimos do lugar.

Em dois posts seguidos neste sábado o deputado Moisés Diniz, por quem tenho elevada admiração, demonstra claramente como é dificil transformar a intenção em gesto.

No primeiro post (Servir de Todo Coração) ele conclui com uma mensagem articulada com o novo estilo prometido, simbolizado na logomarca do governo. Diz ele: Servir de Todo Coração nos tornará mais próximos das pessoas, nos fará ouvir mais e aprender mais. Vinda do líder do governo na Assembléia Legislativa a declaração tem o sentido da pacificação, da democratização, da renúncia da exclusividade do saber, do entendimento de que aos outros, incluindo a oposição, pode caber razão, ainda que eventual. É como dizer: Não somos donos da verdade. Elogiável.


No segundo post (Agouti paca) o deputado desfaz a primeira impressão. Em nada menos que 14 parágrafos, Moisés abusa do sarcasmo para destruir intelectualmente o senador Sérgio Petecão em virtude de uma inusitada preocupação com as doenças adquiridas pelo consumo de carne de paca. Não precisava. Idéias toscas se destróem por si próprias se de fato forem toscas. Mas isso quem vai dizer são os destinatários da mensagem tosca. O sarcasmo (também sofro desta doença), embora muitas vezes tido como refino da inteligência porque aprofunda e expõe maximamente o ridículo é, invariavelmente, uma demonstração de soberba. Imperdoável, afinal não somos Dostoievsky nem Machado de Assis.


Inteligente como é, entre um e outro post o líder do governo faz um recuo que só pode ser causado pelo hábito que, reconhecidamente, pretende mudar. Tião Viana e seu governo mais humano e servidor seguramente desejariam que em qualquer circunstância sua marca fosse afirmada e não colocada em xeque.


Como mero observador das coisas do Acre e sabendo que me dá o prazer da companhia na blogosfera, devolvo-lhe, deputado Moisés Diniz, o estímulo à reflexão.

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