Ciro Gomes, pra variar, dá uma cotovelada.

Tive a satisfação de trabalhar com o ex-Ministro Ciro Gomes, no primeiro ano de sua gestão no Ministério da Integração. Não posso dizer que o conheço bem, mas posso afirmar que o observei bem. Tenho cá meu julgamento.

Posso, por exemplo, garantir que se trata de uma mente invejável. Um sujeito que guarda referências simples, mas emblemáticas, que o auxiliam tremendamente na discussão de um detrminado tema.

Muitas vezes o ouvi falar de assuntos que, tenho certeza, não dominava completamente. Mesmo assim parecia um especialista. Tem uma capacidade incrível de comunicação sem ser um "animador de auditório". Sem cair linguagem de botequim, seus termos nos fazem acreditar com facilidade naquilo que propõe.

Um aspecto que lhe é peculiar é a sua incapacidade de conter-se quando algo o incomoda muito. Veja-se a entrevista que deu nesta quarta-feira para a jornalista Eugênia Lopes, de O Estado de S. Paulo. Lá pelas tantas, mandou o pau no lombo do Zé Dirceu sabendo que este é "o cara" por trás "do cara". Tanto que o acusa de estar selando acordos estaduais, acordos estes que tiram o PSB da cena e, consequentemente, fragiliza sua candidatura à presidência.

Ciro Gomes cometeu erros enormes nas vezes que foi candidato à presidente. Sabe disso e se penitencia. Desta vez, sem brigar com o Lula, a quem serviu como Ministro e serve como líder importante, postula a sucessão contra a candidata oficial. No íntimo tem graves divergências com o Lulismo e com o PT. Não quer ser continuador de coisa nenhuma. Propõe-se um pós-Lula, algo bem parecido com o que acenou em certo momento o governador Aécio Neves com quem, aliás, andou de braço dado recentemente. Pelo jeito como foi pra cima do Zé, não se incomoda que a corda quebre. Mesmo que seja do seu lado.

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