O Governo, Maria e a moto do "Neguinho".

Acho que já contei aqui essa historinha verídica acontecida na cidade de Potiretama - CE, onde nasci. Um de meus irmãos, professor aposentado, presenciou um diálogo entre uma professora e uma auxiliar da escola. A auxiliar (vamos chamá-la de Maria), uma jovem de 20 anos, estava grávida do terceiro filho e a professora (vamos chamá-la de Fátima) tentava convencê-la a usar anticoncepcionais. Ao diálogo:

Fátima - Vem cá Maria, voce tem quantos filhos?

Maria - Tenho dois, mais esse faz três, professora.

Fátima - Voce não conhece os comprimidos anticoncepcionais?

Maria -  Conheço, professora. Lá no posto de saúde eles distribuem de graça.

Fátima -  Então mulher, por que voce não usa?

Maria - É que o "Neguinho" quer comprar uma moto.

Fátima - Peraí, Maria. O que que tem uma coisa a ver com a outra.

Maria - É que com mais este filho o dinheiro do bolsa família já dá pra pagar a prestação da moto.

Fátima - Maria, voce tá brincando. Esse seu marido é doido? Uma filho vai dar muito mais despesa e trabalho pra criar do que aquela mixaria do bolsa família.

Maria - Eu até falei pra ele, mas ele não quis saber. Até ameaçou me largar.

Pois bem. Me lembrei da historinha recente lá do sertão cearense quando vi que o governo está aumentando de três para cinco filhos o número de benefícios por familia. Agora, de acordo com a lógica do "Neguinho" e do Governo, a pobre da Maria já pode ter mais dois filhos e trocar a moto por outra mais nova. E ainda falam em eliminação da pobreza. Não dá pra entender um troço desses.

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