Mais biocombustível na bomba e menos feijão no supermercado.


Com a recente decisão do Governo de elevar a partir deste mês os níveis de adição de biodiesel ao óleo diesel de 3% (B3) para 4% (B4) será necessário converter, considerando a matriz atual, aproximadamente 400 mil hectares para produção de oleaginosas, na maior parte a soja.

VER em http://www.mme.gov.br/spg/noticias/destaque_foto/noticia_leilao_biodiesel.html




COMENTO

Uma boa pergunta é: aonde?

Devido aos constrangimentos normativos e a movimentação das organizações ambientalistas, os plantios que sustentarão o B4 terão que ser realizados no nordeste, centro-oeste, sudeste e sul, ou seja, nas áreas tradicionalmente produtoras de alimentos. Como nestas regiões se dispõe de poucas áreas novas a serem incorporadas ao processo produtivo, sem sombra de dúvidas haverá uma concorrência por área agricultável.

Enquanto isso se mantém inalterados na Amazônia nada menos que 20 milhões de hectares (dados do MMA) já desmatados e em situação de abandono. Uma continha rápida resultará em que, sem derrubar uma árvore sequer, se poderia com a incorporação de apenas 2,0% das áreas abandonadas na Amazônia dar conta de toda a nova necessidade de terra para produção do biodiesel.

Com a pressão do biodiesel sobre as áreas antigas pelo menos dois resultados tornam-se previsíveis: aumento do preço da terra e do preço dos alimentos. Conseqüentemente, diminuição da disponibilidade alimentar, portanto, da subnutrição e de todos os males que dela decorrem.

É uma escolha, digamos, pouco humanista. Mas, segundo alguns “expertos” em Amazônia, ambientalmente sustentável. Vá-se entender um troço destes!

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