Em agosto mais desgosto



O Senado da República foi enquadrado e será mantido sujo em nome da governabilidade.

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O que está acontecendo no Senado é a negação de sua razão de ser. Culminando com a vassalagem a que se expôs depois que o Executivo enquadrou sua atuação numa “governabilidade” que de tão torta exige mídia e parlamentos genuflexos, a nossa “Casa dos Anciãos” perdeu na prática a autoridade que a democracia lhe confere. Um Senado sem autonomia é um não-Senado. O nosso, infelizmente transformou-se em valhacouto de vilezas e impunidades. Ai de nós.

Fio de esperança é a renovação de dois terços do Senado nas eleições do próximo ano. Se os eleitores por um momento dedicarem seu tempo a avaliar o que fazem estes senhores e senhoras em nosso nome, muito provavelmente mandará para casa a maior parte dos membros do Senado. É certo que isto não garante que os novos sejam melhores, mas pode estabelecer as condições necessárias para uma faxina geral na Casa.

Se 54 novos senadores (nenhum deles reeleito) quiserem, poderão realizar facilmente um processo de reconstrução moral do Senado a partir de sua reestruturação administrativa e eliminação dos focos geradores de facilidades. Para isso, entretanto, é preciso que não sejam eles próprios remanescentes dessa estrutura fracassada.

Alguém dirá que nem todos estão vinculados à derrocada do Senado. É verdade. Mas estas raras exceções certamente a sociedade conhece. A regra não perde validade. O ideal é que o Senado seja maximamente renovado no próximo ano. E também que nenhum ex-Senador seja eleito. Precisamos de gente que não tenha que pedir desculpas por si ou por algum dos seus.

No que está ai percamos as esperanças. Virá o recesso parlamentar, outros fatos tomarão a cena política e nada será devidamente apurado. Em agosto seguirá o desgosto.

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